Efeitos adversos[6]
Curta duração
Os efeitos adversos de curta duração encontram-se associados com a mudança rápida da concentração de lítio plasmática. Logo, estes devem ser esperados sempre que a dose administrada seja alterada. Estes efeitos duram entre 1 a 2 dias. No entanto, caso se prolonguem ou os sintomas sejam muito incómodos e preocupantes a dose de lítio a administrar deve ser reduzida ou a terapia deve ser interrompida. Os principais efeitos adversos da terapia com lítio a curto prazo são: tremores, fadiga, diarreia, sede, poliúria, náuseas, cefaleias e vómitos.
Longa duração
Existem vários afeitos adversos relacionados com o uso prolongado de lítio. Deste modo, é fundamental que os pacientes que levam uma terapia de longo prazo com lítio sejam monitorizados regularmente. Estes efeitos podem afetar vários órgãos do organismo como rins, tiróide e paratiróide. Podem também provocar aumento de peso e efeitos teratogénicos.
Rins
O lítio pode afetar a capacidade dos rins concentrarem a urina, o que leva ao surgimento de poliúria com consequente aparecimento de sede. Aproximadamente 10% dos pacientes que fazem terapia com lítio desenvolvem diabetes insipidus. No entanto, ainda não é certo se os danos provocados pelo fármaco nos rins são permanentes.
Tiróide
O lítio afeta a funcionalidade da tiróide, diminuindo a biodisponibilidade da tiroxina. A probabilidade de desenvolver hipotiroidismo é 6 vezes maior em pacientes tratados por lítio comparada com a população em geral. O hipotiroidismo por sua vez aumenta a propensão para desenvolver depressão. Deste modo, pacientes administrados com lítio devem ser regularmente monitorizados para o surgimento de hipotiroidismo devendo ser-lhes administrada tiroxina.
Paratiróide
Os pacientes cuja terapia é efetuada pela administração de lítio têm propensão a desenvolver hiperparatiroidismo com consequente hipercalemia.
Aumento de peso
Os pacientes tendem a engordar ligeiramente na fase inicial da terapia (1 a 2 kg). Este ganho pode ser contrabalançado com a prática de uma alimentação saudável e exercício físico.
Deste modo, torna-se importante a monitorização regular dos pacientes que são tratados com lítio.
Terapia com lítio na gravidez[9];[11]
É muito frequente o diagnóstico de doença depressiva em mulheres de idade fértil às quais é recomendado o tratamento por lítio. Os efeitos teratogénicos do lítio ainda são um tema bastante controverso. Existem estudos que comprovam a sua teratogenicidade enquanto que outros defendem que este não representa qualquer ameaça para o feto. Tem sido discutida a possibilidade de a terapia com lítio durante a gravidez poder provocar defeitos no coração do bebé. Por causa disto, é indicada monitorização regular dos níveis de lítio plasmático da mãe e do coração do feto (entre a 18ª e a 22ª semanas de gravidez), de forma a excluir estas possíveis anomalias. Existem alternativas ao tratamento com lítio durante a gravidez como os anticonvulsivantes lamotrigina e gabapentina ou a benzodiazepina clonazepam.
Após o nascimento o lítio não deve ser usado aquando do período de aleitamento, a não ser que este seja a única alternativa de tratamento. Isto deve-se ao facto do lítio passar através do leite materno para o bebé afectando-o.
Monitorização de pacientes tratados com lítio.
Adaptado de [6]