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Para que o tratamento produza os efeitos desejados é fundamental que a dose de carbonato de lítio, utilizado no tratamento de disfunções neurológicas, no organismo atinja um determinado patamar ao qual se dá o nome de janela terapêutica. No caso deste fármaco essa janela deve estar compreendida entre 500 a 1500 mg/dl. Quando esta dose é ultrapassada corre-se o risco de ocorrer toxicidade. Para que o carbonato de lítio produza efeitos tóxicos é necessário que a dose no organismo ultrapasse o chamado limite de toxicidade. No entanto, para este fármaco, o limite de toxicidade encontra-se muito próximo da concentração máxima da janela terapêutica referida acima. Assim, torna-se bastante fácil a ocorrência de uma intoxicação por lítio, o que obriga a uma monitorização regular dos pacientes cujo tratamento seja feito com este fármaco.

A administração acidental ou intencional de elevadas doses de lítio pode levar ao surgimento de sintomas que afetam os vários sistemas do organismo, como: gastrointestinal, sistema nervoso central, sistema muscular e esquelético, rins, sistema endócrino, sistema cardiovascular, sistema oftalmológico e dermatológico. Os sintomas que afetam os vários sistemas são:

 

  • Gastrointestinais: náuseas, vómitos e diarreia.

  • Neurológicos: confusão, letargia, convulsões e coma.

  • Musculares: tremores e espasmos musculares.

  • Renais: poliúria e falência renal.

  • Cardiovasculares: alterações no electrocardiograma (prolongamento do segmento QT), edema periférico e hipotensão. Aumento da quantidade de leucócitos (neutrófilos e eosinófilos).

  • Dermatológicos: Psoríase, dermatites e edema.

  • Oftalmológicos: ardor, lacrimejo, nistagmos e papilema.

 

Concentrações sanguíneas superiores a 2 – 3 mmol/L pode resultar num aumento de diurese e insuficiência renal, podendo levar a convulsões, coma e morte. Não há antídoto específico para o lítio.

Em caso de sobredosagem por lítio, este deve ser descontinuado e deve haver monotorização dos níveis séricos do lítio. 

 

 

O que fazer em caso de intoxicação [11]

 

O tratamento da intoxicação por lítio deve ser centrado em dois objetivos: diminuir os níveis séricos de lítio e repor a quantidade de fluídos e electrólitos cujo desequilíbrio pode levar ao aparecimento de complicações neurológicas crónicas.

 

Existem 5 passos fundamentais:

 

Passo 1: Proteger as vias aéreas.

 

Passo 2: Descontaminação gástrica: lavagem gástrica, uso de carvão ativado, irrigação intestinal com fluído contendo electrólitos.

 

Passo 3: Reposição de fluídos e electrólitos: utilização de fluídos isotónicos.

 

Passo 4: Evitar uso de diuréticos como hidroclorotiazida e furosemida que podem levar ao aumento da desidratação e perda de sódio, o que pode levar ao aumento da acumulação de lítio.

 

Passo 5: Hemodiálise.

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